Estudos científicos da Mediunidade









A pesquisa sobre a mediunidade e sua relação mente-cérebro trouxe importantes contribuições científicas, sendo que muitos cientistas e intelectuais renomados empenharam-se em realizar tais estudos, entre eles: Allan Kardec, Alexander Moreira-Almeida, Alfred Russel Wallace, Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, Carl Jung, Cesare Lombroso, Charles Richet, Gabriel Delanne, Frederic Myers, Hans Eysenck, Henri Bergson, Ian Stevenson, J. J. Thomson, J. B. Rhine, James H. Hyslop, Johann K. F. Zöllner, Lord Rayleigh, Marie Curie, Oliver Lodge, Pierre Curie, Pierre Janet, Théodore Flournoy, William Crookes, William James e William McDougall.
Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens.
        Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro.

        Sua mãe, D. Leonor de Moraes figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita.
        Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia (desencarnou em 26.04.2000) e Zilméia.
        Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.

Entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX diversos médiuns foram levados por cientistas renomados a realizarem testes que tornaram supostamente plausível a existência de espíritos, por exemplo a médium estadunidense Leonora Piper e a médium britânica Gladys Osborne Leonard, que foram testadas por décadas. Os resultados obtidos com cada uma dessas duas médiuns foram bastante impressionantes para os cientistas que as testaram em profundidade, levando-os às considerarem paranormais autênticas. Piper foi tão famosa que chegou a ser citada na Enciclopédia Britânica de 1911 em dois verbetes, e ainda admitida em discurso de William James publicado pela revista Science como possuidora de poderes paranormais.
O neurocientista Núbor Orlando Facure diz que a mediunidade é um fenômeno fisiológico, universal comum a todas as pessoas, e que pode se manifestar de diferentes maneiras. Nos estudos que realiza, busca compreender a relação entre os núcleos de base dos automatismos psicomotores e aqueles que geram o fenômeno da mediunidade. Em entrevista dada à revista Universo Espírita (N°35, Ano 3), Facure aponta que os neurônios em espelho podem ser os responsáveis pela sintonia que permite sentirmos no lugar do outro. No entanto, Facure também diz que isso são apenas conjecturas e que atualmente não existe comprovação científica de que o fenômeno se dê dessa forma.
Em pesquisa realizada por Frederico Leão e Francisco Lotufo, médicos psiquiatras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, constatou-se uma melhora dos aspectos clínicos e comportamentais de "650 pacientes portadores de deficiências mental e múltiplas" ao submetê-los a um tratamento espiritual realizado através de reuniões mediúnicas. Como resultado do estudo, os autores sugerem a "aplicação do modelo de prática das comunicações mediúnicas como terapias complementares".
Outra importante pesquisa foi realizada pelo psiquiatra e parapsicólogo Alexander Moreira-Almeida, que no dia 22 de fevereiro de 2005 defendeu a tese Fenomenologia das Experiências Mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, da Faculdade de Medicina da USP. A tese pretendeu traçar um perfil de saúde mental de 115 médiuns espíritas (escolhidos aleatoriamente), na qual foram testados e entrevistados com apurados instrumentos da Psiquiatria. Na conclusão do trabalho, Almeida diz que "os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducativo, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de identidade dissociativa. A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia". Desta forma, constatou-se que os médiuns estudados apresentaram boa saúde mental, apesar dos sintomas de visões ou interferências de pensamentos alheios, que não são sintomas de loucura, mas outro tipo de vivência, chamada pelos espíritas de Mediunidade.
O psiquiatra da Universidade da Virginia Ian Stevenson, junto a outros cientistas, publicou pesquisa científica descrevendo um notório caso que classificaram como "possessão", relatando que quando no transe, a paciente fornecia não apenas evidência de conhecimento, mas também complexo conjunto de comportamento e habilidades característicos de Shiva, uma mulher desconhecida da paciente e seus parentes que viveu a uma centena de quilômetros de distância e havia morrido recentemente. Através da "possessão", foram apresentadas vinte e três pessoas conhecidas de Shiva, além de uma variedade de comportamentos compatíveis com a personalidade da falecida, tais como modo de vestir, esnobismo de casta, senso de humor e maior fluência literária.
O programa de pesquisa VERITAS, que é realizado no Laboratório de Pesquisas Avançadas da Consciência e Saúde - pertencente ao Departamento de Psicologia da Universidade do Arizona - foi criado principalmente para analisar a hipótese da sobrevivência da consciência após a morte do corpo humano Tal programa é dirigido pelo Dr. Gary Schwartz (professor de psicologia, neurologia, psiquiatria e cirurgia) e já resultou na publicação de vários artigos científicos e livros que segundo Schwartz e seus colegas de pesquisa, fornecem evidências de que a comunicação entre seres humanos e espíritos realmente existe.
O físico Sir Oliver Lodge acreditava na mediunidade e foi um grande defensor do fenômeno.
Em uma pesquisa científica feita em 2008 nos EUA por cientistas da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás, da Universidade da Pensilvânia e da Universidade Thomas Jefferson, usando recursos da Neurociência moderna foram medidas as atividades cerebrais de dez médiuns brasileiros saudáveis, enquanto psicografavam. Os cientistas constataram que durante os transes psicográficos, as áreas menos ativadas no cérebro dos médiuns foram as que são as mais ativadas enquanto qualquer pessoa escreve em estado normal de vigília (ou seja, as áreas relacionadas ao raciocínio, ao planejamento e à criatividade), sendo que os textos psicografados resultaram mais complexos que os produzidos em estado normal de vigília. Como a pesquisa registra, nos textos psicografados os médiuns produziram mensagens espelhadas - escritas de trás para a frente -, redigiram em línguas que não dominavam bem, descreveram corretamente ancestrais dos cientistas que os próprios cientistas diziam desconhecer, entre outras coisas. Para tais cientistas, os resultados da pesquisa são compatíveis com a hipótese que os médiuns defendem - a de que autoria dos textos psicografados não seria deles, mas sim dos espíritos comunicantes.
Em artigo publicado na revista científica Neuroendocrinology Letters em 2013, cientistas compararam conhecimento médico recente com doze obras psicografadas pelo médium Chico Xavier atribuídas ao espírito André Luiz e identificaram nelas diversas informações corretas altamente complexas sobre a fisiologia da glândula pineal e que só puderam ser confirmadas cientificamente cerca de 60 anos após a publicação das obras. Os cientistas ressaltaram que o fato de que o médium possuía baixa escolaridade e não era envolvido no campo da saúde levanta questões profundas sobre as obras serem ou não fruto de influência espiritual.

A produção de exames de neuroimagem (conhecidos como tomografia por emissão de pósitrons) com médiuns psicógrafos em transe é uma experiência pioneira no mundo. Os cientistas Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg, responsáveis pela pesquisa, garantiam o uso de critérios rigorosamente científicos. Punham em jogo o peso e o aval de suas instituições. Eles pertencem às faculdades de medicina da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia. Principal autor do estudo, o psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres, pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acalentava a ideia de que a experiência espiritual pudesse ser estudada por meio da neuroimagem.
Pela primeira vez, o cérebro dos médiuns foi investigado com os recursos modernos da neurociência 
Em frente ao Q.G. dos médiuns no Hotel Penn Tower, o laboratório de pesquisas do Hospital da Universidade da Pensilvânia estava pronto. Lá, o cientista Andrew Newberg e sua equipe aguardavam ansiosos. Médico, diretor de Pesquisa do Jefferson-Myrna Brind Centro de Medicina Integrativa e especialista em neuroimagem de experiências religiosas, Newberg é autor de vários livros, com títulos como Biologia da crença e Princípios de neuroteologia. Suas pesquisas são consideradas uma referência mundial na área. Ele acabou por se tornar figura recorrente nos documentários que tratam de ciência e religião. Meses antes, Newberg escrevera da Universidade da Pensilvânia ao consulado dos EUA, em São Paulo, pedindo que facilitasse a entrada dos médiuns em terras americanas. O consulado foi prestativo e organizou um arquivo especial com os nomes dos médiuns, classificando-o como “Protocolo Paranormal”.
Médium é todo aquele que sente a presença ostensiva dos Espíritos. Todos somos médiuns, pois recebemos as influências boas ou más em nosso psiquismo, como espíritos imortais. Porém, nem todos somos médiuns ostensivos.
   Conforme ficou comprovado cientificamente pelos gênios da ciência Francis Crick e James Watson, no ano de 1953, quando penetraram o núcleo da invisível célula humana e descobriram o DNA: ninguém é igual, nem os gêmeos univitelinos, com aspectos biológicos e destinos completamente diferentes. Assim também cada pessoa tem a sua mediunidade característica: de sentir, ver, ouvir e de interagir com os espíritos.
   A partir do cientista Allan Kardec, que descortinou um mundo novo com a descoberta do mundo dos espíritos, com a publicação no dia 18 de abril de 1857, de O Livro dos Espíritos, como marco inicial da doutrina dos espíritos, muitos cientistas se dedicaram ao estudo da mediunidade, como:
  Camille Flammarion: astrônomo francês que prestou grande concurso a Allan Kardec por meio de sua faculdade mediúnica e onírica, escrevendo textos de Galileu.
   Léon Denis: genial trabalhador do Espiritismo com a participação filosófica.
  William Crookes: grande cientista. Descobridor do quarto estado da matéria, o estado radiante, e um dos maiores propagadores da sobrevivência e comunicabilidade dos espíritos. Pesquisou os fenômenos mediúnicos, realizando trabalho de laboratório durante três anos, de 1870 a 1873, com a médium Florence Cook, de 15 anos, que materializava o Espírito Katie King.
   Gustavo Geley: cientista e profundo alienista.
   Charles Richet: no campo da ciência foi um fisiologista de renome internacional, descobridor da soroterapia. Criou a Metapsíquica.
  Eugène Osty: médico neurologista de fama internacional, que muito contribuiu com a divulgação do Espiritismo através das pesquisas científicas como diretor do Instituto de Metapsíquica da França.
   Paul Gibie: discípulo de Pasteur, foi naturalista do Museu de História Natural da França. Sobre os fenômenos espíritas, por ele observados, diz em sua obra Análise das Coisas que "podemos ter provas materiais da existência da alma. Este fato não deixa dúvida alguma no meu Espírito: a ciência poderá estudar d'ora em diante, quando quiser, o terceiro elemento constitutivo do Macrocosmo, como estuda outros dois elementos, que ela compreende então muito melhor, isto é, a matéria e a energia ".
  Eugène Auguste Albert D'aiglunde Rochas: foi engenheiro, diretor do Instituto Politécnico de Paris. Fez experiências psíquicas de regressão de memória, fazendo que as pessoas, com passes longitudinais, relembrassem nitidamente de fatos ocorridos em vidas passadas. Escreveu o livro As Vidas Sucessivas.
   Barão de Goldenstubbé: participou das escritas diretas dos espíritos. Escreveu um livro intitulado A Realidade dos Espíritos e de Suas Manifestações.
   Barão Carl duPrel: participou das experiências realizadas em Milão, em 1892, em companhia dos professores Lombroso, Ermácora, Richet, Aksakof, Schiaparelli, Chiaia e outros.
   Frederic Zöllner: astrônomo famoso e professor da Universidade de Leipzig: "Adquiria prova da existência de um mundo invisível que pode entrar em relação com a humanidade".
   Dr. Ochorowicz: membro da Universidade de Lemberg. Na Itália, teve oportunidade de constatar os extraordinários fenômenos produzidos por Eusápia Paladino. Declarou na Gazeta Semanal Ilustrada, o seguinte:
   "Quando me recordo de que, numa certa época, eu me admirava da coragem de William Crookes em sustentar a realidade dos fenômenos espíritas; quando reflito, sobretudo, que li as suas obras com o sorriso estúpido que iluminava a fisionomia dos seus colegas, ao simples enunciado destas coisas, eu coro de vergonha por mim próprio e pelos outros."
  Seria dispendioso, senão impossível, apontar e descrever os cientistas que contribuíram de forma eficaz com a comprovação da mediunidade como meio de comunicação do mundo material com o mundo espiritual. Entretanto, desejo listar mais alguns astros de primeira grandeza do Espiritismo:
   Luiz Jacolliot, Aleksandr Aksakof, Ernesto Bozzano, Alfred Russel Wallace, Sir Oliver Lodge, César Lombroso, Cromwell Fleetwood Varley, William Barret, Thomas Alva Edison, Benjamin Franklin, Enrico Morselli, Robert Dale Owen, James Hervey Hyslop, Rober Hare, William James, Marie Curie e Pierre Currie e tantos outros.
   Agora que os meios tecnológicos permitem um mapeamento do cérebro, a jornalista Denise Paraná, doutora em ciências humanas e com pós-doutorado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, acompanhou um experimento científico e publicou todas as etapas e as conclusões a que chegaram os cientistas.
   Esse estudo foi feito no mês de julho de 2008 por um grupo seleto de pesquisadores e médiuns. Dez médiuns brasileiros se colocaram à disposição, durante dez dias, de uma equipe de cientistas do Brasil e dos EUA, que usaram as mais modernas técnicas científicas para estudar seus cérebros.
   Os cientistas Júlio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg, foram os responsáveis pela pesquisa. Eles pertencem às faculdades de medicina da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia.
   O cérebro dos médiuns foi vasculhado por equipamentos de alta tecnologia durante o transe e fora dele. Foi uma experiência pioneira na produção de neuroimagem, por intermédio de tomografia por emissão de pósitrons, chamada PET, e por meio do método conhecido pela sigla Spect (Single Photon Emission Computed Tomography, ou Tomografia Computadorizada de Emissão de Fóton Único).
   A atividade cerebral de cada médium foi mapeada por meio do fluxo sanguíneo, durante o transe da psicografia e fora dele. Os cientistas ficaram surpresos quando o mapeamento cerebral das duas atividades foi comparado. Apesar de a estrutura narrativa ser mais complexa nas psicografias do que nos outros textos escritos fora do transe, os cérebros ativaram menos as áreas relacionadas com o planejamento e com a criatividade. "Os dez médiuns produziram psicografias espelhadas - escritas de trás para frente -, redigiram em línguas que não dominavam bem, descreveram corretamente ancestrais dos cientistas que os próprios pesquisadores diziam desconhecer, entre outras tantas histórias".
  Ao término da experiência, os cientistas chegaram à conclusão que há uma interferência externa no cérebro dos médiuns, confirmando a mediunidade, por intermédio da psicografia e das outras formas de contato espiritual. Essa conclusão foi divulgada na revista científica americana Plos One - O estudoNeuroimagem durante o estado de transe: uma contribuição ao estudo da dissociação. Devemos ser gratos a esses grandes cientistas, do passado e da atualidade, que deixaram as suas marcas luminosas pelo caminho, mostrando-nos o rumo a seguir, a fim de que nossos passos sejam seguros em direção ao progresso e à felicidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário